Esse post conta um pouquinho da história de quando eu, o Ri, a Ka, o Pablo, o Luiz e o Amauri, além de outros amigos fomos ver o show do Rush aqui em São Paulo, tudo dentro do review que escrevi para o DVD Rush In Rio (2003).
Links para ver as versões do texto que foram publicadas:
Disconnected
O que está tocando:
Beatallica - a paródia mais séria de todos os tempos! (de onde diabos veio isso?)
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RUSH - Rush in Rio (DVD)
(Sum Records - nacional)
André Melo
Lendo o texto assinado por Neil Peart que está no encarte de Rush in Rio, tive várias lembranças daquele 22 de novembro de 2002, em São Paulo, numa sexta-feira em que havia chovido para caramba. Saí do trabalho no horário habitual e fui encontrar alguns amigos. Sabíamos que seria terrível chegar ao estádio do Morumbi de carro e, principalmente, sair dele junto com outras 60 mil pessoas. Ainda mais com a possibilidade de continuar chovendo. Depois de convencermos dois motoristas de táxi a levar mais cinco pessoas cada um até o estádio, chegamos munidos de capas e guarda-chuvas a uma arquibancada completamente encharcada.
Mais de meia hora depois do horário previsto, ouvimos as primeiras notas de Tom Sawyer. O som estava péssimo e os cabelos do Geddy Lee balançavam de um lado para o outro, mostrando toda a violência com que o vento atingia o palco. Nada disso atrapalhava o trio, muito menos nós que esperamos tanto tempo para poder estar ali. Cara, era o Rush! Com o tempo, o som foi melhorando de qualidade e toda a técnica de Lee, Alex Lifeson e Neil Peart podia ser percebida sem qualquer esforço.
Este DVD, lançado no fim do ano passado, mostra o show do dia seguinte, no Rio de Janeiro, com condições técnicas melhores que as de São Paulo. Um show perfeito. Tom Sawyer que já chega levantando a platéia. O curioso é que no encarte eles revelam que não sabiam que aqui no Brasil a música em questão era utilizado na abertura de "Profissão Perigo", seriado do agente faz-tudo MacGyver. Hilário. E o show segue com as já manjadas Distant Early Warning, New World Man e Roll the Bonés, todas vindas diretamente dos anos 80 e comecinho dos 90.
O primeiro som do mais recente álbum de estúdio, Vapor Trails, que dá nome à turnê, é Earthshine, com uma das guitarras mais sujas do show. Aliás, durante as seis ou sete primeiras musicas, Lifeson não repetiu a guitarra nenhuma vez, trocando-a de música em musica. Foi um grande passeio por vários timbres escolhidos da forma mais brilhante possível. Já Lee quase não largou o seu clássico Fender Jazz Bass preto com o escudo branco, instrumento esse que não o impediu de ser versátil durante a apresentação.
E aí veio YYZ. As expressões do público captadas pelas câmeras, em especial nesta musica, são emocionantes. Todo mundo cantando uma música instrumental com tamanha vontade foi realmente de arrepiar. Falando nisso, as expressões dos integrantes da banda também chamam a atenção. Particularmente, nunca vi tanta alegria num palco antes, e não se esqueçam que estamos falando de uma banda com 30 anos nas costas. Até em musicas não tão extraordinárias assim (dificil falar assim de um grupo como o Rush) tudo parecia perfeito, como no caso de The Pass e Bravado, que ganharam muita força ao vivo, mas hits como The Big Money, The Tress, Free Will e Closer to the Heart (esta última incluída para as turnês mexicana e brasileira) ainda prevalecem.
A segunda parte do show é calcada em canções mais recentes, não só de Vapor Trails, mas também dos outros álbuns dos anos 90. Destaques para One Little Victory; Driven, com Lee tirando tudo o que pode e o que não pode do seu baixo; da clássica Red Sector A; e de tudo o que se seguiu depois do triunfal solo de Peart (a versão acústica de Resist e mais as consagradas 2112, Limelight, La Villa Strangiato, The Spirit of Radio e By-Tor & The Snow Dog). Bem, sobre o solo de Peart.... Só vendo! O cara cruzando os braços, a bateria girando, a parte eletrônica.... Tudo impressiona.
O segundo DVD mostra um documentário bem bacana da banda passando por Porto Alegre, São Paulo e Rio, com imagens de shows, dos fãs, bastidores, entrevistas, explicações a respeito do set list e cenas da intimidade dos caras também (a parte em que o Lifeson tira um sarro do Ozzy é de morrer de rir). Além disso tudo, três faixas do DVD estão em versão multicâmera. Fora duas faixas escondidas, uma mostrando a animação que aparece no telão quando a banda está tocando By-Tor & The Snow Dog e a outra, um clip de 1975 da música Anthem. Imperdível.
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